Sonja Vera e sua equipe tinham poder de controlar o fluxo da realidade com aparatos mais sofisticados que a ancora do destino e assim conseguirem definir com exatidão o que aconteceu possivelmente no passado. Tudo pelo simples fato de que as variáveis caiam a medida do transcorrer do tempo numa tendência a organização da matéria. Isto permitia dissipar todos os mais negativos prognósticos tornando aquele extraversos de prodigiosas utopias contra todas as probabilidades de nosso multiverso. Todavia, mesmo assim estes precisavam mandar um ponto de escape equacional de probabilidades negativas ainda que menores. E num destes mundos que uma versão deturpada de John Roberts adentrou se instalando de modo cancerígeno ao pregar destruição e miséria, um chamado a loucura aonde algumas variáveis de nossos amigos como reféns definhavam. Os indesejados daquele mundo estavam condenados pelo ódio e calúnias alheias, contra todos fatos.
Sob condições sociais e psicológicas extremamente insalubres de isolamento por um grupo de psicopatas negacionistas e negligentes estes tentam mudar a mente das vítimas a levarem estas a crendice supersticiosa sobre coincidências e surpresas apenas para acreditar que estes vencerão a verdade e a lei para explora-los.
Tudo teve início ali, no mundo de Kidland aonde havia um Brasil de improbabilidades, ausente de corrupção, onde as mulheres eram respeitadas, havia justiça social e os talentos floreciam. Tudo muito bom até que uma abrupta improbabilidade invadiu o mundo através de Kidland ao ser infiltrada pelo Império Templário.
Ao desembarcar com Chang Jin, eu, Dayane Conrad e Sonja fitamos assim um Brasil praticamente idêntico ao nosso, com tráfico de pessoas, hipocrisia, exploração sexual, e corrupção num cada um por si. A salvo detalhes como haver no Corcovado ao invés do Cristo Redentor, tudo era igual a salvo essa imagem imponente de John Roberts empunhando sua espada enquanto noutra mão uma mulher segurada pelos cabelos entre o escudo templário caído. Era uma representação de Joana D'arc ao ser subjugada, violentada e morta por ele em 1428. Mesmo eu, Dominic, fiquei pasmo em conceber como aquele gênio tão cordial poderia ter se transformado em tamanho monstro.
– Parece algo familiar. – Pensou Dayane.
– Muito improvável, por isso possível. – Respondeu Sonja. – O que John Roberts tem feito aqui está gerando uma colisão de multiversos e o resultado pode ser imprevisível.
– Tipo surpreendente? – Perguntei eu num tom irônico.
– Sabemos que a coincidência e surpresa foram considerados pseudociências por nosso concílio há décadas. Apenas charlatões usam tais encantos para tentar surpreender, seria muito provável. Sabemos em tempos ancestrais que existiam estes tipos de fenômenos hoje considerados raros, seria como não poder tornar um ovo quebrado ao estado anterior.
Dayane Conrad parecia incrédula ante aquilo, porém, assentiu com a cabeça ante o fato de que o destino era algo corriqueiro por justamente ser improvável. Caminhamos pelas vielas de Santa Tereza quando Sonja levantou um relógio e olhou a frente dizendo.
– Daqui 35 segundos haverá um assalto ali na esquina.
Paramos para olhar e vimos uma senhora levantar as mãos sozinha antes mesmo que o criminoso viesse até ela empunhando a arma para proferir as famigeradas palavras "perdeu, perdeu".
– Impressionante como alguns colaboram prontamente como vítimas como vacas se apresentando ao churrasco. – Resmungou Dayane Conrad. – Essa gente sabe o que é livre-arbítrio?
– Sabemos, o problema é que este é o fim próximo de nosso pluriversus, um apocalipse probabilístico onde a possibilidade de algo novo e imprevisível ocorrer cai a zero, e a matéria fica estagnada até haver um colapso físico da intropia no anticaos.
– Que anos estar a gente aqui? – Indagou Chang Jin, consternado.
– 2025, e sempre acontecerá as mesmas coisas, repetidamente. Em 2030 a produção de energia cessará e em 2040 a matéria vai colapsar gradualmente após as pessoas simplesmente fulminarem apáticas. Acreditamos que eventos similares no pluriversus tem origem nesse mundo invadido pelo imperador John Roberts, uma vez que a máquina do tempo se tornou uma invenção óbvia como a roda.
Caminhamos até um beco quando vimos uma taverna que ao adentrar noticiava o jornal.
"A igreja do Lucas Malafaia abre capital no mercado financeiro. Em alta no Ibovesba, consolidando o negócio mais próspero dos anais do cristianismo, as chamadas "ações ungidas" do capitalismo cristão seria para um "evangelho financeiro" apoiado amplamente como modernização da instituição cristã, segundo o Dr.Sako Fortunato. O preço "salgado" aos perdedores será, como previsto, alto. Sabemos que outrora num passado possível havia uma instituição que poderia ter derrotado esse mundo magnífico. Em entrevista exclusiva ao Canal 78, Malafaia falou sobre "acabar com os párias da miséria baixado o pau nos pobres, por fecharem com o tráfico".
– Parece o Brasil que conheço. – Comentei, afinal aquele país passou ser jurisdição do inferno.
– Ainda não conseguimos descobrir uma antevisão de quais variáveis passadas isso surgiu. É muito difícil prever o passado nesse mundo. – Comentou Sonja. – Há muitos fatos divergentes e variáveis de acontecimentos antecedentes, a história é uma ciência muito imprecisa ante tantas origens possíveis.
De tanto o abismo me encarar eu o olhei de volta. Pensei estupefato.
Fui atendido por um balconista mal encarado quando tinha início mais um programa televisivo sobre “Luzes do Sofrimento" onde narrava que apenas a injustiça das mazelas mais cruéis era capaz de formar o “homem perfeito". O documentário seria baseado em fatos reais.
– As pessoas ainda acreditam na historiomancia. A historiomância será proibida ainda, uma arte de adivinhação do passado, pois sabemos que os conceitos de 'autoria' e 'origem' serem apenas mitos ante fatos divergentes, essa gente acredita que as coisas podem ter uma única origem ou antecedente, uma heresia! – Comentou o barman.
– O passado é muito imprevisível para ser considerado uma ciência, podemos apenas estimar possibilidades. – Concordou Sonja pegando um caneco de chopp. – Porém, há um grupo rebelde liderado pelo chamado Anti-man que pode nos levar a John Roberts. Ele é nosso contato.
– Ser homem e luz é essa coisa? – Indagou Chang Jin alardeado.
Como mencionado, no nosso multiverso não são as dimensões mais antigas que são as bases das dimensões vigentes o qual pertencemos, mas como um braço destas em ramificações próprias de onde vem as variáveis detectadas desde o Éden. Isso já levava a crer que num outro braço de possibilidades poderia haver não somente um, mas mais de dois multiversos não conhecidos. O mais incrível disto é o fato de quem algumas rupturas pelo incrível que pareça apenas ocorrem, em alguns casos, séculos e até milênios após a divergência o que dificulta a identificação de tais, a exemplo de um Seth, a exemplo do lendário Rupert, o qual atribui-se ter surgido milhares de anos após a divergência criada por um personagem bíblico.
Tipo físico de tais divergências semelhantes a convergências, porém, são perceptíveis como fenômeno de portais e até para uns como 'sobrenaturalidade', levando a dimensões muito diferentes em sua divergência. Estes casos, no entanto, por serem muito raros eram insondáveis a ciência do século XXI, e na maioria das dimensões podendo ser não somente ressonântico como temporal ao passado ou futuro. Os pontos já registrados de onde ocorreram como 'portais' são em épocas distintas na Amazônia, Triangulo das Bermudas e no Mar do Diabo (Japão) e eventualmente encontradas no folclore a exemplo de Loograroon, assim como o incidente na colônia americana que ficou conhecida como Ronoake e Shangri-la que alterna seus portais nestes pontos especificados em raros testemunhos de encontros em tempos primitivos. Shangri-la que nada mais era que uma cidade dimensional fundada pelo lendário imperador imortal, Fo-hi.
Tais tipos de divergências ocorrem por impactos que alternam possibilidades em variáveis de probabilidades, sendo definidas nos seguintes graus:
– Impacto 1: Assimilado a linha dimensional se tornando paradoxo auto-completativo ao gerar um fluxo de eventos;
– Impacto 2: Criando variáveis símiles de divergências dimensionais dentro de um mesmo fluxo de tempo;
– Impacto 3: Criando divergência acentuada de dimensão onde se torna bastante diferente a anterior, um universo paralelo propriamente dito;
– Impacto 4: criando cruzamentos dimensionais que indicam falhas e até adventos dimensionais negativos;
– Impacto 5: Criando eventos que cruzam-se a anomalia podendo anular a dimensão relativa a exemplo da dimensão de Gesur Nierming.
Fora de uma divergência gerada por um impacto nível quatro que chegamos ao pluriversus. Esses portais, fissuras e convergências quando espaciais ocorrem apenas em épocas oportunas ou nunca mais se repetem após certo período por estar na malha espacial por onde a Terra passaria. Sendo Temporal e dimensional ocorrem por falhas de inferência quântica acrescida ao livre-arbítrio estranhamente entrelaçado, sendo detectada por energias e partículas não conhecidas pela ciência como darktrons, cronotons entre mais. O fenômeno convergente se intensifica sobretudo pela sincronidade frequencial de cada dimensão tornando justamente a distância entre elas ínfimas até se tocarem rompendo a película que as separam. Deste modo fenômenos atmosféricos ou magnéticos são apenas consequências manifestas deste evento a indicar a presença de um vortex natural, pela aparição de nevoas, e alterações até mesmo no campo de Schumman. A passagem entre multiversos que adentramos colidiu caos e anticaos através de uma divergência que levou a convergir no cruzamento com outro multiverso.
A prática da criação de um vortex deste quilate, artificialmente, exige muita perícia científica podendo ser pela potencialização de um wormhole orientado a pontos de desvio, ou ligando a ponta solta deste corredor quântico (como 'cordas soltas' no multiverso) a uma extremidade dimensional por indução de proximidade frequencial, num tipo de campo chamado de 'vetoração dimensional'. Sob certo aspecto tais são proibitivos a pessoas de má índole e sem senso moral e ético de responsabilidade por levar a inúmeros transtornos e, não obstante, sendo necessário um modo eficaz de desacelerar o tempo permitindo que a fracção de milésimos de duração do wormhole seja fixada e assim estabilizado. Como podemos observar não impedimos essa excedente no incidente que agora enfrentamos com John Roberts.
A Consciência desperta a um pensamento não material, mas de múltiplas dimensões é necessário onde até mesmo mediante a observação na caótica pela 'sorte' ou escolhas simples pode indicar seus pontos e momentos oportunos mediante conhecimento avançado do I Ching, levando a variáveis símiles, normalmente conforme dito anteriormente.
As decifrações disto foram deixadas na concepção da Ordo Christianitas Ad Ventus tornando somente ao hábil Mestre do Tempo o hipotético poder de trazer objetos de outra dimensão a existência e(ou) translada-los numa arte de especulação dimensional.
Obviamente apesar disso ser descrito no Guia do Viajante do Multiverso, eu era incrédulo. Porém, a versão corrompida de John Roberts sem estes conhecimentos conseguiu fazer o que não havíamos feito ate então.
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