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segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Capítulo 1 de 'Guia do Viajante do Multiverso'

Destaco a seguir o primeiro capítulo da novela de ficção fantástica, 'O Guia do Viajante do Multiverso' de minha autoria. Dando seguimento a novela 'O Império do Tempo' a história narra os desdobramentos posteriores ao fim da mesma.

Com a descoberta das viagens no tempo logo ao nos deparar com os paradoxos temporais nos desdobramos ao encontro dos mundos paralelos. Disso soubemos que eventualmente outros universos descobririam as viagens no tempo e assim pelo multiverso cruzariam universos numa trama de paradoxos de encruzilhadas dimensionais. São aproximadamente 1000 ramificações probabilísticas, e por intervenções donde as linhas paralelas se alternam do qual mediante o afastamento temporal (e de possibilidades) podem dar lugar a outras ramificações e destes gerar outros subconjuntos de multiversos. Logo, a maior longitude ancestral de divisão de dimensão de tempo demonstra a mais antiga variável oriunda ao mais antigo multiverso distinto ao nosso, uma donde os imortais sumérios humanos não surgiram. Porém, há ramificações ainda mais antigas, algumas teorizam desde o Big Bang e doutros as hipóteses mesmo anteriores a este como um universo de tempo antihorário.

Sobretudo, em quase todas essas variáveis a vida é muito rara em todo nosso multiverso, sendo esta uma possibilidade que conjura um destino antrópico, independente do universo probabilístico. Por isso após os encontros com os sofisticados viajantes do tempo de grupos baseados secretamente na época do Império chinês demos início aos estudos e pesquisas que a partir de sua avançada ciência e tecnologia passamos buscar as bifurcações de entradas ao que chamamos de extraversos, conjuntos de multiversos.

Buscávamos o que seria o primeiro contato oficial com outro multiverso. Tendo esparsos relatos de contatos com mundos de criaturas inéditas ou geograficamente diferentes, sabíamos haver dimensões inferiores e infernais das quais inspiraram as crenças bíblicas, porém, dentre os quais estes não se identificavam. Por não sabermos transloucar as viagens laterais além barreiras dimensionais de nosso multiverso, apenas incursões ao passado fazíamos, sendo o mais perto de encontrar isto numa misteriosa cidade labiríntica chamada en-migrom, o qual a arquitetura é totalmente paralela.

Havia anteriormente apenas esparsos rumores de outros multiversos habitados, pois os conhecidos eram os que não suportavam vida. Sobretudo, eram assim determinados por não terem relações probabilística e percentuais com outros universos em nosso conjunto de possibilidades, ainda que este em questão fosse considerado um multiverso gêmeo ao nosso. Ainda não havia uma designação termológica a um provável conjunto de multiverso, até o termo extraversos, porém, estes eram definidos por terem a mesma origem comum em ramificações de distanciamento primordiais após o Big Bang. Como Téia não destruída e Terras dos quais Pangéia não se dividiu.

A primeira pista não eram de crononazistas subversivos ao destino, nazistas viajantes temporais que tentavam dominar apenas um conjunto de possibilidades probabilísticas, contaminando a maior parte das mil variáveis nomeadas por Herbert Stoneset desde a lendária flor de mil-pétalas da pré-história. Ou de agentes que subvertiam das leis físicas e humanas de Álvaro Watchman, Ozak a Designnium. Senão as peculiares implicações sobre os manimaníacos no multiverso a gerar uma bifurcação duma dimensão pós-apocalíptica onde apenas uma transmissão de tevê é feita, a de um cara filmado numa rotina comum sem saber do fim do mundo. Curiosamente esse universo desviado leva a uma origem ancestral distinta, num raro caso de cruzamento de universos. Para isso, Dayane Conrad em pessoa iria realizar as incursões em sua liderança sobre mim, Dominic Kaspar, que se tornou agente de campo sênior em sua vasta experiência. Passamos vários meses conhecendo as primícias da dimensão chinesa donde seus avanços primorosos nas ciências dimensionais floresceram quando um raio não caiu no Palácio do Imperador, dando seguimento as navegações chinesas do mundo e levando a um vasto domínio cultural evoluído de colônias.

A capital daquele império pacífico deu ao mundo uma espécie de Alexandria oriental ao mundo, o centro nevrálgico da civilização humana, donde uma biblioteca 100 vezes maiores que esta compilava conhecimento de todas épocas e povos. Para o calendário gregoriano era o ano de 1825, mas a tecnologia e ciência era além do século XXI da dimensão de onde viemos. Marx não viria a nascer naquele mundo, porém, não havia neles grandes desigualdades ou divisões de classes a não ser por hierarquia de aptidões.

Tecnologias novas e novas técnicas daqueles que se tornaram pesquisadores com maior experiência e poder que a T.E.M.P.U.S. ao derradeiro fim do chamado universo diamante. Ao contrário daquele universo que perdurou até a extinção natural da vida na Terra. A incursão teria o monitoramento dos pacíficos de trajes dourados e doutos agentes transdimensionais. Para isto eu, Dominic Kaspar consegui levar a primeira tradução aos guias passados a novos contatos de viagens no tempo, O Guia dos Viajantes do Multiverso, do qual aprimorava nossa ética antes postuladas nos 37 Protocolos de regulamentação de incursões tais.

As incursões não precisavam serem feitas por portais, antes por uma locomoção gerada por anticronotons e gerida por cristais de antitempo. Disto estes não apenas rompiam a barreira termodinâmica e entropia de linearidade como criava condições mais estáveis e eficientes de locomoção dimensional não apenas a frente ou atrás no tempo, mas lateralmente. Fiquei ansioso como na primeira vez que fui abordado numa ineptocrata cidade qualquer ao ser selecionado por meus dotes e talentos incomuns e totalmente desperdiçados ao ser obrigado a aplica-los ao contrário.

Paramos diante na cúpula dourada dentro do Palácio de Fo-Hi naquela antiga China da antiguidade onde havíamos recebido o sinal de partida do Conselho. Seria a primeira vez em anos que partiríamos para outra missão desde quando nos exilamos de nosso mundo moribundo pelos erros de relações caóticas negativas. A expectação após semanas de novas instruções e conhecimentos, tanto quanto treinamento e adaptação a nova tecnologia tiveram seu ápice atingido naquele formidável mundo donde todas culturas e religiões de povos coexistiam pacificamente sob a cultura chinesa.

–  Desejamos que os elementos do vento de Fo-Hi lhe assegure uma viagem sem transtornos. –  Comentou Ming Wang, comandante da visão. –  Sabemos dos danos dos manimaníacos as dimensões adjacentes, porém seus conhecimentos nos acrescentaram igualmente.

–  Agradecemos, senhor Wang. –  Respondeu Dayane Conrad.

Assim partimos como transladados a olhos vistos sob os monitoramentos cronostream deles sabendo que o que você vive aqui pode ser uma obra de ficção escrita noutro mundo.

Ao pisarmos na dimensão o lugar era como nosso bonito e ordinário mundo, do qual o cristianismo dava lugar gradualmente as sombras de seu oposto entrincheirado nas palavras sacras. Disso aquele grupo execrável emergia. Nosso alvo de divergência dimensional era Alessandro. Fiquei pouco surpreso com o que via, porém, a expectativa para encontrar o pluriverso de improbabilidades me deixava mais ansioso que aquilo. Aquela realidade era como o nosso, a salvo Alessandro e os manimaníacos.

Alessandro Aguiar era a personificação genérica do brucutu valentão, grandalhão, fortão, burro e sem coração. Um idiota que não seria nada prospero no mundo da Tempus, mas que naquela dimensão decadente apenas corruptos, psicopatas e sádicos narcisistas ganhavam cada vez mais espaço. E Alessandro sobretudo, tinha manifilia que logo evoluiu ao quadro da manimania. Seu quadro era tão agudo e grave que logo se tornou delirante ao sonhar mesmo com uma sociedade regimentada a partir da desigualdade deliberada, a Manicropólis, que daria ao multiverso uma de suas mais infelizes possibilidades. Tudo teve início quando ele conheceu aquele grupo de manimaníacos por seu mestre Mister Binman, ao se tornar um maniman. Era simplista sua mentalidade viciada em dualismos e dicotomias: para algo certo ser feito deveria haver erros anteriores ou posteriores com alheios, era o tipo o qual o prazer num prato de comida apenas era efetivo ante a fome de quem não comeria. Disso caso ele visse um faminto era quando ele tinha prazer de comer na frente deste o melhor hamburger ou cachorro quente, um bife acebolado era muito mais saboroso caso seu desafeto tivesse comendo um prato de jiló com salada de levedura de cerveja, pois apenas quando via seu vizinho sozinho que ele sabia que era hora de desfilar com alguma mulher, e transar seria muito mais gostoso sabendo que ele nunca poderia ter igual satisfação. 

Caso o carro do vizinho quebrasse era hora dele dar aquele arranque buzinando com um carro melhor, ou gargalhar ante a televisão de 65 polegadas ao saber que a televisão de 42" deste pifou. O tesão sádico logo evoluiu a necrofilia social até a patamares inefáveis ao bom senso, pois a vida dele apenas teria valor caso seu desafeto minguasse no extremo oposto e encarnando a figura da arruda seria uma expiação de tudo o quanto apenas este parasita medíocre era.

Todavia, Alessandro viu sua oportunidade de ouro em criar divisões e dicotomias ainda que rebaixassem todos ao mesmo nível de ódio em atitudes. Fora quando soube da queda de um artefato nas mediações. O artefato que tinha semelhanças a um objeto impossível. Como um hipercubo tinha mais dimensões dos que as presentes no universo. 

Quando adentramos seu universo, eu sabia que houveram poucos registros da existência de objetos assim no multiverso, e apenas uns poucos desenvolveram a tecnologia de engenharia dimensional para cria-lo por matérias exóticas do qual as partículas se desdobravam em mais dimensões espaciais que as possíveis. Aquilo acabava criando um material exótico que estava presente em mais de uma realidade quântica simultânea gerando o estopim do paradoxo para a divisão de probabilidades. Viemos como curiosos ao lado de Dayane Conrad e discretamente fizemos leituras cronométricas, constatando razões de probabilidades inexistentes. Aquele artefato apenas poderia ser de outro multiverso!

– Fique atento que aquele homem é o manimaníaco que identificamos nas leituras, um agente do caos. – Comentou Dayane apontado para Alessandro.

Mesmo para eles o artefato visivelmente era de alguma inteligência além ciência deles e ao cair na Terra levava as pessoas passarem a discutir (sob sugestão de Alessandro) se o objeto era de ordem política esquerdista ou direita.

– Pode ser um cavalo de troia chinês ou um aparato de tecnologia dos projetos negros americanos. – Falou ele.

Logo, eles discutiram caso pudesse o objeto ser algo liberal ou conservador. Assim alguns logo se exaltaram como extremistas em ameaças e agressões dizendo ser um caso de milagre progressista, o que deixou os mulçumanos presentes enfurecidos por ser claramente uma afronta a Alá como uma nova pedra sagrada para peregrinação. Todavia capitalista como era Alessandro, pouco se importou com aquilo desde que pudesse vender para todos estes, os fazendo se digladiarem para lucrar. Alessandro assim defenderia qualquer perspectiva reforçando a divergência dentre estes, a menos que todos concordassem em deixar ele administrar as pesquisas e lucrar para garantir não ser um “aparato de invasão dos amarelos", ou americanos, ainda que ambos negassem. A suspensão de certezas se tornou perturbadora e tensa a todos.

– Olhem – Disse Alessandro. – Sabemos muito bem que os americanos podem estar mentido, tanto quanto os chineses. Por isso deixe comigo!

A discussão de todos em torno do objeto fora direcionada por seus disparates e tornou a sua própria vontade, o que impediu qualquer exame científico mais apurado potencializando o mistério em torno daquilo, e aumentando o ódio entre estes. Logo a confusão parecia uma massa disforme de diferenças com atitudes estupidamente iguais. Fora quando Dayane interviu vociferando.

– A ciência não tem lados, apenas os fatos! –  Tentou alardear um cientista. – Antes de qualquer conclusão tenho métodos de inferir e posso garantir que o objeto não transmite qualquer sinal.

Alguns concordaram que descobrir a verdadeira origem daquilo era mais importante do que qualquer outra coisa, o que levou o caos a ser dissipado quando todos passar a começar a concordarem em meio as luzes de bombeiros e policiais.

Verifiquei meu visor na pulseira e notei que a interferência de Dayane alcançou os objetivos da missão enquanto ela verificava qual meio de intrusão do objeto no nosso multiverso de possibilidades. Porém, Alessandro se irritou ao ver aquilo e gritou.

– É uma obra do demônio! Essa mulher deve estar possuída!

Nisso um católico ponderado comentou.

– Pode ser, porém, não ensinamos tal ódio.

– Pois os católicos trarão o anticristo! – Respondeu ele, porém, sua influência sobre as desavenças estimuladas em meras discordâncias hipotéticas estava perdendo efeito. A verdade pura e simples e o certo da razão não importavam, senão o poder pela as dúvida e contenda ao induzir ao erro alheios para justificar destruí-los. – Vocês tem que tomar uma posição contra isso e destruí-los antes que acabem conosco!

O mútuo da simbiose era uma moléstia a ser combatida para Alessandro, como uma patologia no primeiro degrau pela desigualdade, na negação absoluta da soma zero e reciprocidade. Você apenas pode pagar o bem com mal, pois o negócio feio deles era lucrar fortunas e fama como um déspota para Hollywood ao dar em troca a autores explorados apenas uma cueca, chinelo e barrinha de chocolate, na melhor das hipóteses, na pior estupro e morte crivado de balas, caso não aceitasse a servidão.

– Casos de organizações de ocorrências similares já aconteceram antes. – Comentei a lado de Dayane que analisava o objeto como minha supervisora. – Como aquele encontro com os restos duma estrela naquela dimensão onde um diamante gigante levou ao fim do mundo por disputas similares.

– Porém, esse objeto está levando a outras improbabilidades no tempo, parece usar de Alessandro para romper as possibilidades desse multiverso. – Comentou ela.

– Uma porta a um extraversos? – indaguei.

– Ainda não sei, porém, caso não descubramos logo muitas pessoas acabarão presas, machucadas ou mortas aqui. De algum modo esse objeto potencializa o poder de intrigas de Aguiar a corromper ao induzir erros e crimes a mais serena das almas, e o mais pacato ser humano.

Alessandro logo fitou nós dois, e notei ele chamar outros homens deles discretamente ao dissimular o oposto do que queria, fingindo até acalmar os ânimos para tomar de volta o controle da situação de confusão que eles mesmos criaram. Até tentaram mimar os policiais e bombeiros contendo os mais exaltados. Porém, eles queriam era problema e caos em seu negócio feio, caso contrário a justiça era punida em ainda maior injustiça por atos que não convém traduzir em palavras a mentes sãs, muito menos vermos ou sofrermos em revés irreparável a integridade física e mental. A graça dele era nossa desgraça. Porém, seu sonho distópico duma sociedade baseada em esquemas de pirâmides em todos setores e áreas estaria a desmoronar quando veio uma mulher chamada Sonja Vera.

Confiante, ela parecia estranhamente pálida e de olhar distante ao estar alheia a confusão danada ainda lá instalada. Logo o randomêtro notou perturbações sensíveis nas probabilidades da aleatória com sua aproximação, algo fora da curva das probabilidades como uma anomalia de singularidade. As leituras eram claras, Sonja Vera, não era daquele multiverso.

– As implicações de probabilidades relacionais com outros multiversos são imprevistas. Quem pode ser essa mulher? De repente ficou impossível antever a sonda de timestream alocada a frente. – Comentei com Dayane.

– Não apenas isso, perdemos contato total com a base. Pra todos efeitos estamos sozinhos aqui sem saber o que acontecerá dez minutos a frente! – Respondeu ela.

Para todo mais agora parecia um claro indício que todas as sincronicidades escalares de eventos haviam sido rompidas, parece que estávamos saindo do multiverso. A mulher então virou-se para nós e nos disse.

– Vocês morderam a isca, os aguardava. Tem coisas muito mais importantes que as niilidades medíocres que esse homem manipula.

– Quem és a senhora? Como sabe de nós? – Comentou Dayane em surpresa ao notar tudo ser um ardil para eles mesmos.

– Temos que deixar esse lugar logo antes que Alessandro leve-nos a duas opções, sermos queimados como bruxos ou crucificados como cristãos. Quem manipula a aparência controla apenas a ilusão. Esse multiverso tem sido uma sucessão de variáveis de tanto faz e mesma coisa. No extraversus há mundos inimagináveis donde mesmo ficções de seu mundo podem ser reais, essas histórias dessa doutrina aqui eram vendidas como pulp no extraversos.

Largamos o objeto confiando por falta de escolha, ou ausência de conhecimento das possibilidades, uma vez que confiante ela visivelmente sabia o que falava e fazia ante a multidão que voltava a se enfurecer agora contra nós.

Repentinamente aos gritos (e temendo o linchamento por motivos torpes) seguimos Sonja que ao levantar um bracelete platinado fazia todos a volta pararem de gritar e darem passagem, como se estivesse abrindo o mar vermelho. Alessandro ao longe vociferava contra nós dizendo bravas calúnias estapafúrdias e deliberadas em exageros escandalosos, tornando-nos vítimas a pretexto do oposto quanto tudo estagnou numa inércia.

Viramos a esquina num beco e um vórtice se abriu desvelando espaços entre espaços naquele lugar sem saída, onde não haviam portas originalmente. Oficialmente pisávamos no extraversus quando Sonja sabia que precisava usar das probabilidades de nosso universo para nos chamar pelas discrepâncias além dele, e o diabólico Alessandro como agente do caos usaria do liberalismo, marxismo, conservadorismo ou cristianismo para atingir seus objetivos de divisão para dominar.

– Alessandro Aguiar conhece apenas mil modos de matar e dominar através dos problemas e caos que ele mesmo gera manipulando todos para destruí-los e domina-los. – Comentou ela rindo. – Pra nós um pouco mais que um autômato de crueldades.

Ficamos tontos pelo fato das frequências das partículas de nossos corpos ressoarem em desalinho as variáveis equidistantes de nosso multiverso. Aquilo levou Sonja criar um campo dum estado de matéria desconhecido para impedir que fôssemos liquefeitos ao adentrar em definitivo o extraversos.


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