'A Ilha dos Anjos - O Código do Caos' é uma espécie de antítese de 'O Senhor das Moscas'. Dentro do inesgotável filão de histórias de ilhas isoladas desde 'A Ilha do Tesouro', 'A Ilha do Doutor Moreou', 'Jurassic Parque', 'Lost', 'Round 6' e mesmo ' A Lagoa Azul' este parte de um princípio de um experimento nunca feito, como neurodiversos do espectro autista se desenvolveriam sem a interferência de uma sociedade neurotípica em suas máscaras, hipocrisias, dissimulações, preconceitos e interesses gananciosos? Após o último cientista morrer isolado do mundo há mais de dez anos, apenas o mais velho sob instruções tem acesso ao reduto neurotípico dos cientistas onde há álcool, pornografia e filmes sobre a realidade cruel do mundo exterior. Porém, sem abastecimento do exterior supostamente numa Guerra Mundial, a ilha autossustentável por energia eólica e solar, monitorada por todos remotamente começa a apresentar o desgaste tecnológico irreparável por ausência de abastecimento do continente enquanto cada autista de acordo com seus assuntos fixos usam dos livros e manuais para tentarem manter a funcionalidade de uma sociedade utópica possível, sem hierarquias, onde não há crimes, mentiras ou vida dupla e duplo padrão moral. Enquanto nas recreação coletiva o líder do grupo de 125 autistas conta histórias dos fundadores do experimento científico por ser o mais velho, com 30 anos, os demais teorizam sobre os padrões do caos e do que teria acontecido com o mundo exterior, ou se mesmo existe algo além da ilha, de fato. Isto até um casal neurotípico de estropiados sobreviventes chegarem do exterior e por em risco toda fina harmonia do livro ao espalharem uma rede de mentiras com interesses duvidoso. Quem seriam? O que desejam? O que escondem da ilha sobre o mundo exterior? Todavia eles seriam os únicos com recursos de consertar aparatos tecnológicos sem suporte do exterior. O conceito parte não de uma mera tabula rasa mas de um experimento potencial nunca realizado a longo prazo, como uma sociedade que trata os autistas como "esquisitos" e "estranhos" se desenvolveria sem os preconceitos e hipocrisias neurotípicas? Ainda que um exercício hipotético e mental, as perguntas levantam a possibilidade de um paradisíaco utopismo.
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