Para um universo ficcional ter verossimilhança mesmo numa fantasia não basta apenas haver regras coesas e rigidamente imparciais como leis físicas que estruturem o universo proposto, mas a riqueza mitológica que se propõe em profundidade e complexidade, não somente dos personagens propostos desde seus nomes as características e funções, mas de como os eventos e eles se enclavinham especialmente mediante camadas de entendimento por uma metalinguagem que vai dos simbolismos adjacentes. Para isso, no entanto, apenas uma narrativa planejada do inicio ao fim o que são raros os exemplos desse nível de engenho em detalhes. Ao meu critério no tocante a argumentações filosóficas que desvelam reflexões e críticas ao traçar paralelos com a realidade e questões essenciais da existência.
Não basta um plot bom, mas um bom desenvolvimento somente possível por pesquisa e a construção prévia de um esqueleto e roteiro do que seria desenvolvido, o que facilita o trabalho a justificar o motivo pelo qual raras vezes reescrevo histórias do zero. Ainda que num conto o grau de complexidade proposto tenha que ser menor os mesmos em meu multiverso funcionam como engrenagens que se enclavinham de forma fractal em graus e escalas diferentes criando uma identidade e marca indelével de impossível reprodução exata sem incorrer um crime de plágio. Talvez seja esse o grande diferencial de uma grande história ficcional pois a medida em que ganha profundidade a cada história, o universo ganha gradualmente vida seguindo rumos próprios. O autor então deixa de usar a história e passa a ser usado por ela guiando seus personagens e eventos numa linearidade (ou não) de encadeamento de eventos que se completam. A grande proeza final é amarrar pontas e explorar partes pouco conhecidas e desenvolvidas dos universos propostos como faço nos contos. Não basta apenas uma escrita concisa e clara ou eloquente, mas a reunião de fatores que convergem a qualidade do texto do plot ao desenvolvimento do universo proposto.
Há alguns tipos de histórias que facilitam essa estruturação sistemática da narrativa como as ideias as quais me proponho abaixo:
Tipos de história:
- Uma antologia que consiste numa reunião de curtos diários e cartas de sobreviventes de uma tragédia que conta a mesma história por perspectivas diferentes;
- Uma história interativa o qual você escolhe as ações, mas que no labirinto de opções ao chegar no final volta ao começo de uma nova situação igual em loop;
- Uma história que conta 8 vertentes variáveis de história a partir de um evento com desdobramentos 'imprevisíveis';
Há muitos mais possibilidades plausíveis e coerentes de modo que a coesão em parte advém de conceitos prévios existentes anteriormente como uma construção epistêmica da criatividade ainda que muitas vezes se escondam sob a sina de referências sendo não mais que inspirações conscientes ou não. Mas sobretudo o resultado de uma construção intelectual do tipo somente é possível por intelectos compatíveis em grau de talento e ético, limitando-se o resto apenas a ter inveja e maldizer em desejos odiosos de destruição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário