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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Devaneios de uma mente adormecida...



O lugar apenas nos prende por ser uma prisão linear ao tempo, prisão o qual mente busca libertar-se. Ah se pudesse como por um escapismo mergulhar minha consciência a transcender meu tempo pelas brumas da linearidade passada rompendo seus grilhões a um tempo de despretensão o qual um então inseguro Gerson Machado de Avillez vivia de modo espontâneo e despreocupado ainda que sem acreditar em si próprio e com talentos que apenas atinavam a rabiscos em papel e montagens de computador 386. Como num alarido de memórias passadinas minha consciência se dissiparia de meu corpo a esse tempo, adentrando o víeis do passado a deixar uma carcaça vazia que a despeito de alguns deduziria ser por morte cerebral. Tão logo, porém, estaria a reescrever minha história.
Seria mais um dia que após tomar o café da manhã, pegar o 739, soltaria na praça de Padre Miguel, atrás de uma igreja metodista. Caminharia pelo comércio ainda deserto e fechado até chegar a entrada do Colégio Castelo Branco o qual ao subir as escadarias da entrada haveria uma pequena fila de alunos para passar pela roleta da instituição. Olho para mim mesmo a notar não ser um mero desatino de uma mente cansada do presente que agora tornou-se futuro. Meu translado mesclava o despertar vivo de memórias passadas com as experiências de um futuro não tão virtuoso, um cara que apesar de ser mais seguro, talentoso e de acreditar em si próprio passava por situações demasiadas surreais para serem ditas por letras e palavras. Mas ao adentrar o recinto e caminhar rumo ao prédio Gissoni encontraria minha sala onde os alunos ainda sonolentos da alvorada adentravam lentamente. Assim aconteceu até que de repente, sem mais, nem menos, despertei em minha cama. Seria meu translado de consciência real ou um devaneio de uma mente letargicamente adormecida?

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