O lugar apenas nos prende por ser uma prisão linear ao tempo, prisão o qual mente busca libertar-se. Ah se pudesse como por um escapismo mergulhar minha
consciência a transcender meu tempo pelas brumas da linearidade passada
rompendo seus grilhões a um tempo de despretensão o qual um então inseguro
Gerson Machado de Avillez vivia de modo espontâneo e despreocupado ainda que sem acreditar em si próprio
e com talentos que apenas atinavam a rabiscos em papel e montagens de
computador 386. Como num alarido de memórias passadinas minha consciência se
dissiparia de meu corpo a esse tempo, adentrando o víeis do passado a deixar
uma carcaça vazia que a despeito de alguns deduziria ser por morte cerebral.
Tão logo, porém, estaria a reescrever minha história.
Seria mais um dia que após tomar o café da manhã, pegar o 739, soltaria na praça de Padre Miguel, atrás de uma igreja metodista. Caminharia
pelo comércio ainda deserto e fechado até chegar a entrada do Colégio Castelo Branco o
qual ao subir as escadarias da entrada haveria uma pequena fila de alunos para
passar pela roleta da instituição. Olho para mim mesmo a notar não ser um mero
desatino de uma mente cansada do presente que agora tornou-se futuro. Meu
translado mesclava o despertar vivo de memórias passadas com as experiências de
um futuro não tão virtuoso, um cara que apesar de ser mais seguro, talentoso e
de acreditar em si próprio passava por situações demasiadas surreais para serem
ditas por letras e palavras. Mas ao adentrar o recinto e caminhar rumo ao
prédio Gissoni encontraria minha sala onde os alunos ainda sonolentos da
alvorada adentravam lentamente. Assim aconteceu até que de repente, sem mais,
nem menos, despertei em minha cama. Seria meu translado de consciência real ou
um devaneio de uma mente letargicamente adormecida?
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