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quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Reflexões Sobre o Destino



A medida com que pregam a inexistência do destino é a medida com que considera inexorável impossibilidade a liberdade e direitos para mim, pois os grilhões que impõe são os mesmo que tentam tirar da inexorabilidade do que são. Não se trata do que acontecerá, mas para onde se vai quando o rumo que tomam é a do inferno, a medida com que lutam contra tudo que se diz Deus é a medida com que apenas se tornam um instrumento descartável dEle, pois vão para uma direção e discutem com o destino que não é lá que chegarão. Algo básico inerente a filosofia do destino da Ordem dos Ventos, o destino não é a inevitabilidade de algo, a menos que a direção predita seja inevitável, ou melhor, suas condicionadas atitudes num universo de causalidade que o tornem determinístico. Assim observa-se não a ver quaisquer contrassensos na filosofia da Ordem dos Ventos e suas variáveis assim como no destino, pois são as filosofias base tanto de 'Herdeiros do Destino' quando de 'Ars Ad Speculum'. Caso haja fatores externos, ambientais, isto é, que na entropia caótica confluam nesse condicionamento, não poderia afirmar com certeza, todavia a obstinação é a marca mais apropriada nisso carregando a conotação de estar 'determinado', ou seja, determinístico. Ora, certeza se tem no certo, mas quando no errado mesmo ante a relativização do mesmo não passa de tola obstinação.

"Somos seres condicionados mas não determinados. Reconhecer que a História é tempo de possibilidade e não de determinismo, que o futuro, permitia-se reiterar, é problemático e não inexorável.(...) A ideologia fatalista, imobilizante, que anima o discurso neoliberal anda solta no mundo. Com ares de pós-modernidade, insiste em convencer-nos de que nada podemos contra a realidade social que, de histórica e cultural, passa a ser ou virar 'quase natural'".
Pedagogia da Autonomia - Paulo Freire

Mas a perversão ideológica frequentemente tem seu ápice na perversão das palavras, de modo que mesmo uma pesquisa no dicionário consegue desvelar o sofismo de suas prerrogativas. Por exemplo, 'Puro' ao contrário de 'adulterar', a mesma palavra não por menos usada a adultério, tem a conotação de fiel a si mesmo enquanto algo 'adulterado' de estar perdendo a pureza de sua condição o que se torna impuro. Ora, nessa visão torpe mesmo o sincretismo é uma prostituição adulterada dos preceitos originais da diversidade religiosa o qual luta contra.

Trecho de 'Memórias de um Ilustre Desconhecido' de Gerson Machado de Avillez.

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