Irônico constatar que alguns que drogam mulheres para abusar delas me chamem de traficante. A trágica piada de mal gosto constata apenas que aquele que não possui beleza externa e de caráter o bastante precisa disso para ter mulheres, sobretudo enfrentando males imaginários eclodindo no único mal que és, como os que lutam contra o crime sendo os únicos a cometerem crimes comprovadamente. Os próprios inebriados por desejos instintivos com intensidade de entorpecentes viciantes exteriorizam o que são de pior no que apenas são vítimas. A exemplo do ódio e a discriminação caso determinassem a verdadeira estética apenas gente burra e ignorante seria bonita, mas a ilicitude de determinado fármaco é definida por isso, tudo o qual não cura, mas apenas aliena mascarando efeitos e causas, aprisionando em dependências e levando a outros erros e crimes orbitantes. O mesmo se diz das más metáforas, parábolas e fábulas amargas e tóxicas com similares características servindo apenas de mascaras ao verdadeiro problema que na realidade caça o efeito que ele mesmo provoca como o cão atrás do rabo, e o rabo não abana o cão, mas o cão o rabo. Isso é tão certo quando o fato de que enquanto houver gravidade haverão gotas de água que a exemplo das cavernosas prisões platônicas formam as estalactites como únicas espadas de defesa verossímeis aos seus prisioneiros como evidência inexorável da física. Assim minhas metáforas apenas seguem a causalidade posterior do que me motiva de modo que assim como eu, somos feitos como efeitos e apenas reclama do reflexo o horror que está diante do espelho. A verdadeira viagem tóxica são daqueles que caçam fora de si, em alheios, o problema que está apenas dentro deles. Vençam minhas palavras antes de me atacar uma vez que o título do livro associa a ideia do nascimento do verbo.
Trecho do apêndices da antologia 'Verbogonia'.
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