Quando criança tinha uma crença inata de que todo universo era vivo. Apesar de não ter essa crença hoje creio que o universo seja uma forma de inteligência não viva, similar a um computador, pois se uma quinta força física fosse o caos a sexta é a informação. Particularmente não descarto totalmente a teoria da evolução, no entanto, não creio muito menos em sua totalidade, mas numa evolução adaptativa parcialmente assim como um direcionamento de sua evolução deliberada como um indício de design inteligente. Penso que a inteligência é um fator emergente da complexidade não necessariamente viva, ainda que a vida inteligente igualmente se derive de organismos complexos.
A ação não é uma ideia, porém toda ação é preconcebida pela ideia de ação ainda que a nível instintivo ou subconsciente. O mesmo se aplica a informação como paradigma físico mediante a causalidade, o que justamente fomenta previsões que diminuem à medida que cresce determina complexidade caótica.
Penso assim que a complexidade especialmente da informação que se organiza na busca por harmonia fomenta uma inteligência nem sempre viva, mas que pode dar lugar a vida. Um exemplo disto seriam os próprios computadores que apesar de ter parâmetros para a organização de dados criados pelo homem eles expressam uma inteligência, mas não viva pois é inorgânica. Similarmente o universo poderia assim dar lugar a vida como resultado dessa complexidade.
Tal como os computadores o universo é engenhoso e suas leis permitem sua existência de forma lógica. Graças a essa lógica sabemos como os planetas e estrelas surgem, como as leis físicas funcionam no geral, mas não sabemos como foram criadas as leis físicas ou o motivo pelo qual existem.
Porém, a consciência por sua vez surgiria do cruzamento da vida com a inteligência na complexidade do organismo resultante não do que lhe resultou. Sabemos que mesmo perante a ciência e filosofia não há consenso sobre o que é a vida de modo que se torna preciso buscar parâmetros para melhor defini-la.
A vida seria um conjunto de reações químicas que resultam na emergência do fenômeno biológico de complexidade crescente capaz de reagir e interagir ao ambiente ao atingir a inteligência mediante o grau de complexidade que tornam possível a igual emergência simbiótica culminando na sociedade humana, baseada instintivamente nesse princípio. Sobretudo costuma determina-la sob aspecto finito concebido por nascimento e morte.
Definições de vida:
- Devem ser capazes de se reproduzir;
- Herdam características de seus ancestrais por um processo de transferência de informação, que pode ser genética ou não (através dos chamados caracteres epigenéticos, tais como os relacionados à evolução cultural);
- Apresentam variação em virtude de mutações aleatórias das suas moléculas armazenadoras de informação;
- Têm as chances de deixar descendentes determinadas pelo sucesso da combinação de propriedades (genótipo / fenótipo) nas circunstâncias ambientais nas quais vivem.
- Na complexidade que surge a diversidade.
Não quero discorrer muito dos aspectos essencialmente biológicos da vida, mas sim no tocando a filosofia que a permeia ante a concepção do mesmo para o universo. Compreendo que se a evolução é um fato há limites de determinada adversidade favorável a evolução a outra que a impeça. Um exemplo estão seres extremófilos aos quais nunca passam de microrganismos ou organismos simples indicando que condições extremas e hostis não favorecem a evolução, mas a estagna. Isso acontece por fato de uma condição ambiental hostil que fazem com que informações de mutação prosperem apenas de modo limitado pela predominância da mera reprodução de informação. Ou seja, o prosperar demonstra-se como o romper do reprodutivismo ante um fator criativo de onde avém transformações e o original.
Tudo é informação no universo seja esta de quantidade (números), qualidade (densidade/pureza), frequências ou formas (geometria, variável de quantidade). Assim a linguagem demonstra-se como uma organização dessa informação por meio de símbolos alfabéticos (no caso de nossa língua), que opera por meio de uma projeção de conceitos do interior ao exterior (output) ou do exterior ao interior (input). Por isso necessitamos não somente pensar sob imagens (formas e qualidades), mas por meio de nossa língua nativa capaz de pensar o abstrato, o subjetivo. Sendo assim o exterior também real expressa uma linguagem normalmente através da lógica seja ela matemática ou não. Toda linguagem é uma forma de gerir a informação de quantidade e qualidade por meio de símbolos que tornam possível alterar o interior e o exterior por meio de uma relação entre si, de modo que assim o interior (mente) se assemelha ao externo (realidade). Assim a mesma ação que é antecedida por informação produz informação posterior.
A lógica demonstra-se como uma linguagem que organiza o universo numa sinfonia de harmonia, não o que a rompe demonstrando-se uma aberração a mesma como a mentira e engano ou o mal que pode até se respaldar numa falsa lógica, mas egocêntrica mediante o subjetivo (interior/mente) do desejo.
Sendo assim ser é saber em diferentes graus, uma capacidade de deter dada informação que o defina, pois o mero saber altera o ser, a interação da informação do interior (mente) e exterior (universo real) nasce da relação das informações que gerem a ação. Todos nascemos sabendo algo, mesmo os instintos ou a intuição são um saber ainda que sem saber que sabe por ser inerente ao inconsciente. A medida que cresce esse saber o ser também cresce, assim a relação do ser se potencializa mediante o autoconhecimento (saber interior do próprio ser) ao conhecimento de sua realidade (saber exterior). Isso demonstra que sobretudo a inteligência e consciência são formas de se gerir o conhecimento, dados e informações de modo organizado e lógico ativamente. A medida de seu grau demonstra-se no poder capaz de transformar o mundo a volta por meio de melhor conhecimento interior (mente) e exterior (realidade) em relação aos animais. A exemplo da capacidade criadora do ser humano demonstra-se como fomentada principalmente pelo modo capaz de criar não somente informação, mas conhecimento ao contrário de criaturas menores que apenas a reproduzem, algo que pode ocorrer também em realidades humanas atrozes que se atenham ao instintivo.
Nesses casos o input em condições hostis é maior que o output de modo a impedir o progresso da informação transformadora de dado ser, como potencial diferença entre o ser humano e os animais. Ou seja, se trata da sobreposição da informação exterior a interior, intrínseca ao ser o relegando a uma passividade ante essa informação do exterior o que assim reduz o ser humano a uma condição análoga a de um relés animais. A procedência de todos conflitos e males assim estão na relação entre informações do exterior e interior, do ser e o meio.
O saber que não sabe do instinto move assim as criaturas de modo condizente a realidade que a submete, sendo essencialmente não reflexivo e sem prosperar. Notadamente a informação desses comportamentos geridos são de ordem moral e ética de onde advém as ideias posteriores de políticas e leis que seriam da organização de informação ante o coletivo e ambiente em suas várias ideologias. Sendo assim o ato político trata não somente das relações do ser humano entre o ser humano, mas do ser humano e sua realidade o qual habita a qual chama-se comumente de sociedade.
Podemos assim demonstrar que mesmo os sistemas políticos que façam gestão dessas informações podem demonstrar uma relação de controle justamente da informação como forma de manipular dada realidade a exemplo da censura de ditaduras ou mesmo promoções de mentiras e enganos. Mas nisso se engana tiranos ao acharem que gerir as informações exteriores sobre seu ser interior tornar-se-á um sinônimo de sua informação interior, senão do engano que fomenta por falsas informações inverdades no exterior de dado interior. A ilusão é uma ditadura que se detém a controlar a informação exterior pelo engano e mentira.
O próprio termo formação detona intuitivamente uma relação semântica com informação, pois a informação forma, mesmo o ser. Informações corretas assim formam o correto tal como a errada seu oposto. Assim isto pode ser aplicado a todo o universo dessa forma, pois ainda que a informação perante a ciência busque fontes como em fatos ou empirismo mesmo a religião lida com a informação, mas sem a mesma procedência das informações, sendo estas revelações/profecias ante algo desconhecido ou que se crer sem ter provas, sejam tais informações verdadeiras ou não.
Apesar da origem da filosofia ter sido por uma ruptura da razão com a religião elas não perfazem necessariamente um antagonismo ao mesmo, pois a razão filosófica a de manifestar-se também na teologia. A grande diferença assim está na procedência da informação assim como o modo de lidar com esta, sendo na religião a procedência da informação de ordem metafísica e a científica de ordem física.
Tal preceito o qual fora amplamente abordado no livro ‘Ars Ad Speculum’ são a base de minha filosofia pessoal do qual todas as demais advêm entrelaçadamente a exemplo de minhas abordagens por meio da ficção (ou não) das ideias de tempo, caos, destino e livre-arbítrio, multiverso e afins.
A ideia de multiverso assim lida com a ideia de meras informações mediante a excedente do ocorrido nesse universo como uma informação virtual de acontecimentos não ocorridos, de possibilidades. Isso demonstra uma relação por meio da combinação infinita de informações do qual advém o novo e original. Mesmo o caos aqui exprime essa ideia de modo emergente mediante as próprias variáveis as quais fomentam informações virtuais não existentes nesse universo, mas num multiverso hipotético em questão .
A base central como única matriz que permeia essa informação é o tempo do qual o caos se atém em frequências diferentes as quais dados sincronismos fomentam padrões variados de formas e acontecimentos em quantidades e qualidades variadas, a exemplo simples como da rotação e transladação da Terra. Aqui se demonstra a relação do homem com o destino ou livre-arbítrio que conjectura literalmente uma relação do da informação interior com a exterior, o feedback do output ao input ante dadas frequências e sincronismos de informações exteriores que podem ser variavelmente alterável em dado grau ou não. Assim ao todo no universo se demonstra como a forma da relação entre as informações em diferentes graus e frequências.
Não se trata de um mero monismo mesmo que a diferença entre matéria e energia, por exemplo se dê justamente por variáveis dessa informação mediante dado tipo de frequência a fomentar densidades diferentes.
Assim como há vários tipos de informações, das informações verdadeiras há vários graus de diferentes verdades que a grosso modo se dividem nas absolutas e relativas, o primeiro a percepção que pode ser relativa e enganosa a exemplo da ilusão de ótica, a segunda a interpretação que se atém muitas vezes a critérios pessoais e subjetivos como os meros gostos e preferências, logo pode ser relativa, e em terceiro o âmago atestado em fatos amplos e profundos sendo irrevogável e absoluta ainda que a respeito de um caráter relativo a exemplo da relatividade do espaço-tempo. O erro de Protágoras.
Porém, se mesmo a mentira é uma informação por qual motivo ela não é verdadeira uma vez que tudo é informação? A mentira não apresenta acordo de sincronismo da realidade interior com a exterior sendo relegada apenas a uma existência apenas interior (mesmo que exteriorizada ao ser compartilhada) ou seja, a ilusão escorada na interpretação é a mentira pertinente ao interior (mente) de modo que não é toda verdade relativa, mas toda mentira a é mentira. Ainda que nem sempre um pensamento seja inverídico pois nem sempre o relativo da subjetividade o é, a proposição relativa não pode ser absolutamente demonstrada conforme postulado anteriormente. Assim demonstra-se que podem haver verdades relativas, sejam elas as perceptivas ou subjetivas, mas nem por isso o absoluto é mentira por mera oposição, mas por raciocínio afim de atingir o âmago como evidência.
O mesmo abrange a ideia da moral e ética pertinente a conduta humana que ao partir do que acredita pode ser relativa, mas quando parte de um conhecimento baseado no exterior e seus efeitos pode ser absoluta. Logo a crença moral sempre deve ser arraigada no princípio das relações coletivas, o todo, não de um grupo ou indivíduo. Ora, um exemplo como demonstrado no axioma de que "tudo que penetra a carne a contragosto é um crime", expressa essa máxima moral que aspira a universalidade, pois não se trata de um ato individual, mas que se aplica a todos irrevogavelmente além de um axioma de um pacifismo pois o oposto pode ser visto nas guerras, logo a guerra é um crime.
Caso tais hipóteses não sejam fato ao menos fomentam respostas num quadro teórico provável ao explicar muito do universo e nós mesmos. O que seria assim Deus se não uma forma consciente dessa informação no universo, algo inteligente que postule as leis que gerem dadas frequências e sincronismos através dos tempos, um universo inteligente fomentado por um legislador universal.
Deus perdoe-me caso as ideais que acredito possam não ser a verdade, mas o que é a verdade se não uma informação.
Trecho do livro 'Confissões de Uma Mente Autista - Parte II'
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